terça-feira, 5 de abril de 2011

Charles Darwin - Biografia

Charles Robert Darwin nasceu em Shrewsbury, Inglaterra, em 1809.
Filho e neto de médicos, não demonstrou grande interesse na Medicina, curso que chegou a frequentar, tendo estudado Teologia na Universidade de Cambridge.
Durante a sua permanência em Cambridge, ficou amigo do botânico John Stevens Henslow que, em 1831, o recomendou para embarcar no HMS Beagle como naturalista, numa viagem destinada a fazer o levantamento topográfico da costa da América do Sul, viagem que viria a durar quase 5 anos, dois terços dos quais Darwin passaria em terra a realizar estudos geológicos e das espécies animais e vegetais existentes. Foi no decurso desses estudos que viria a recolher os dados em que basearia a sua teoria da origem e evolução das espécies que publicou em 1859 com o título “A origem das espécies através da selecção natural ou a preservação das raças favorecidas na luta pela sobrevivência”. [1]
Darwin considerou que os seres vivos evoluem continuamente para se adaptarem ao meio em que habitam, com o objetivo de sobreviverem e que os indivíduos mais capacitados são os que sobrevivem e se reproduzem, verificando-se um “aperfeiçoamento” das espécies, através de um processo de seleção natural (Costa & Geraldes, 2005). Sobre isto diz Jacquard (1988, p. 112): “(…) quando [a selecção natural] elimina um determinado jovem portador de uma malformação, não é para evitar que esta malformação se espalhe no grupo na geração seguinte: é porque esta malformação reduz as possibilidades de resistência desse indivíduo.” Costa e Geraldes (2005, p.18) afirmam também: “Darwin defendeu que as plantas e os animais evoluíram ao longo de milhares de anos, acumulando características que os tornaram capazes de sobreviver e de se reproduzirem.” Ora, se os seres vivos existentes são o resultado de milhares de anos de evolução das espécies, então as teorias criativistas cujo “… dogma universalmente admitido é o da fixidez das espécies; (…)  as espécies são imutáveis, não se afastam do estado decidido por Deus aquando da sua criação.” (Jacquard, 1988, p. 111), perdem o seu fundamento quando confrontadas com os argumentos de Darwin baseados nos registos efectuados com rigor e persistência durante a sua viagem no Beagle, que ainda explicam a diversidade de espécies existentes.
A teoria Darwiniana é consistente com a influência da ontogénese na filogénese, ou seja, o desenvolvimento da espécie (filogénese) é uma consequência do desenvolvimento de cada indivíduo (ontogénese); então, a espécie evolui através da eliminação natural do indivíduo menos adaptado, sobrevivendo e reproduzindo-se os mais adaptados.
Sendo esta a mais famosa teoria e obra de Darwin, ela não se esgota nas ciências naturais. Todos os campos do saber foram revolucionados com esta nova linha de pensamento. Na obra A Expressão das Emoções no Homem e nos Animais, Darwin estabelece uma comparação sobre a forma como homens e animais expressam emoções, mostrando como o estudo do comportamento animal é útil para o estudo do comportamento humano (Costa & Geraldes, 2005). Neste trabalho, Darwin entra no campo da influência da biologia sobre o comportamento (Queiroz, 2009) e chama a atenção para a pertinência dos estudos sobre a infância (Tavares et al, 2007). Hilgard (cit. em  http://www.ebah.com.br /psicologia-geral-pdf-a55403.html) refere que:
 (…) as ideias de Darwin deram um novo impulso à investigação psicológica e constituíram o fundamento para muitos campos da moderna Psicologia: a Psicologia do Desenvolvimento e a Psicologia Animal, o estudo da expressão dos movimentos afectivos, a investigação das diferenças entre os diversos indivíduos, o problema da influência da hereditariedade em comparação com a do meio ambiente (…).
Também as metodologias de investigação sofreram alterações ao utilizarem a observação naturalista como método de estudo (Costa & Geraldes, 2005).
Charles Darwin morre de ataque cardíaco em 1882 e foi enterrado na Abadia de Westminster por vontade expressa do parlamento inglês como reconhecimento ao seu trabalho.
(624 palavras)



BIBLIOGRAFIA
·         Jacquard, A. (1988). A herança da liberdade – Da animalidade à humanitude. Lisboa: Publicações Dom Quixote

·         Tavares, J., Pereira, A., Gomes, A., Monteiro, S. & Gomes, A. (2007). Manual de Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem. Porto: Porto Editora.
Documentos on-line:
·         Costa, A. & Geraldes, J. (2005). As consequências da teoria de Darwin sobre o desenvolvimento humano. Disponibilizado on-line na UC Psicologia do Desenvolvimento

·         Carvalho, T., Casanova, R. & Cavaco, T., (2009). Charles Darwin. Duzentos anos depois, o que podemos ainda aprender com o autor de A Origem das Espécies? Disponibilizado on-line na UC Psicologia do Desenvolvimento

·         Queiroz, Álvaro (2009). A psicologia na perspectiva do evolucionismo. Maceió. Disponível em: http://www.pesquisapsicologica.pro.br/pub04/Alvaro.htm#dar (último acesso em 01/04/2011)

·         http://afilosofia.no.sapo.pt/11.Modelosexplicativos.2.htm, (último acesso em 01/04/2011)

·         http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Darwin (último acesso em 01/04/2011)

·         http://www.ebah.com.br/psicologia-geral-pdf-a55403.html (último acesso em 01/04/2011)

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